Howard Gardner: uma revolução do que é inteligência.
As empresas bem-sucedidas desenvolvem pessoas de forma contínua e assim, obtém os resultados acima da média e fomentam relações humanizadas.
Além de valores alinhados, propósito compartilhado, elas buscam desenvolver os colaboradores em seus pontos fortes e assim, levá-los ao máximo do potencial. Mas o ganho não é somente pelas entregas. Quando usamos nossos pontos fortes na maior parte do tempo (ideal algo em torno de 75%), o clima organizacional e os relacionamentos melhoram significativamente. Segundo Marcus Buckingham, especialista em pontos fortes e consultor de negócios:
Quando você não está engajado no trabalho, torna-se menos interessante, menos cativante, menos divertido e menos entusiasmado, e as pessoas começam a se afastar. Aos poucos, você perde a noção de quem é e do que é capaz de fazer.
Entretanto, a maioria das organizações perde a oportunidade de identificar os pontos fortes de seus colaboradores. Mas aquelas que o fazem, empregam sabiamente a inteligência de cada pessoa nos serviços e negócios. Logo, elas criam sinergia e colaboração, em que os pontos fortes de uma são adicionados aos de outras, gerando uma força coletiva que produz resultados eficientes.
Mas afinal, o que é inteligência?
Howard Gardner, psicólogo da Universidade de Harward criou o conceito de “Teoria das Inteligências Múltiplas (TIM)”.
Em seu livro “Estruturas da Mente”, lançado em 1983, ele questiona a visão tradicional que considera inteligentes aquelas pessoas que possuem habilidades relacionadas à intelectualidade como a verbal, a lógica e a matemática.
Com isso, Gardner revolucionou as bases conceituais do que seria inteligência. Antes dele, acreditava-se que somente pessoas com níveis mais elevados de QI (Quociente Intelectual) estavam predestinadas ao sucesso.
Assim, com o conceito pluralista da mente reconheceu-se que toda pessoa é dotada de múltiplas inteligências, possuindo graus variados de cada uma delas. E todas são importantes e podem ser utilizadas favoravelmente para obter sucesso na vida.
Essa teoria revolucionária instigou outros pesquisadores como Daniel Goleman a explorar outros tipos de inteligência como a Inteligência Emocional e Robert Sternberg que também propôs outras tipologias. Todas igualmente válidas, diga-se de passagem.
As Inteligências Propostas por Gardner
Gardner classificou sete categorias de inteligência, sinteticamente elencadas a saber:
- Inteligência verbal-linguística: capacidade em lidar com as palavras (oralmente ou por escrito). Domínio e apreciação especial pelos idiomas e pelas palavras e pelo desejo em explorá-los.
- Inteligência lógico-matemática: capacidade de lidar com o número e a lógica, de confrontar e avaliar objetos e abstrações.
- Inteligência musical: capacidade de perceber, discriminar, transformar e expressar formas musicais. Incluem-se, sensibilidade ao ritmo, tom ou melodia, e timbre.
- Inteligência visual-espacial: utilização de imagens espaciais para abordar problemas ou codificá-los, sendo possível explorar a linguagem e/ou imaginação para resolvê-los.
- Inteligência corporal-cinestésica: inteligência voltada para o físico, com talento para controlar os movimentos do corpo e lidar com objetos.
- Inteligência interpessoal: habilidade de entender as intenções, motivações e desejos dos outros e valorização das interações sociais.
- Inteligência intrapessoal: capacidade de autoconhecimento e adaptação em decorrência dele.
Mais tarde, com o avanço nos estudos da TIM, incluiu-se mais duas delas:
- Inteligência naturalista: habilidade para o reconhecimento e a classificação de diversas espécies de fauna e flora ou formações naturais como montanhas ou pedras.
- Inteligência existencial: capacidade de refletir e ponderar sobre questões básicas da vida.
Todos nós possuímos todas essas inteligências e somos capazes de desenvolvê-las, mas temos maior aptidão em uma do que em outras. Por isso, conhecê-las é fundamental para seguir uma trajetória de carreira que potencialize as mais fortes.
Você conhece sua inteligência segundo Gardner? Se não conhece, perceba as atividades que lhe dão real satisfação e comece a verificar em qual das inteligências elas se encaixam.
Por outro lado, as organizações podem incentivar o uso da TIM em seus colaboradores, tendo assim, maiores contribuições, gerando êxito na resolução de problemas ou criação de produtos e serviços.