Depressão: o nível máximo do pessimismo e da desesperança.
Não poderia deixar de escrever como psicóloga e pesquisadora, sobre o triste fim daqueles que perderam a esperança e se entregaram ao desamparo aprendido principalmente em fases mais maduras da vida.
Infelizmente, temos vários casos. Vírginia Woolf (59 anos), Robin Williams (63 anos) são conhecidos mundialmente e aqui no Brasil tivemos Walmor Chagas (82 anos), Santos Dumont (59 anos) … e vários outros que atentaram contra a vida.
Em maio de 2020 o ator Flavio Migliaccio se matou, e ao que ao que tudo indica, não suportou mais viver. Assim, tirou a própria vida.
Particularmente, lamento profundamente pela sua morte. Primeiro como psicóloga. E segundo como sua fã.
Certamente foi um ator talentoso e de sucesso com atuação em tantas novelas, séries, filmes e programas. Ele fez parte da minha infância, adolescência e juventude. Dotado de talento, e impulsionado pelos seus esforços, conseguiu levar leveza, humor e alegria para muitos lares.
Uma geração inteira se deliciou com o personagem de Migliaccio, o Sr. Chalita do Seriado humorístico “Tapas & Beijos“.
Apesar de alegrar tantos, não encontrou felicidade para si.
Não sabemos exatamente o que houve, a não ser pelas palavras deixadas por ele em uma carta.
Porque as Pessoas Atentam Contra a Própria Vida
As possibilidades de a pessoa atentar contra a própria vida geralmente estão relacionadas a não encontrar significado para ela. Em resumo, significa que vivem, mas sem razão para viver.
Outro agravante pode relacionar-se à solidão ou ao isolamento que também contribuem para a tristeza e a depressão.
Outra hipótese é a desesperança. Sem esperança, a pessoa sente uma sensação de vazio, não encontra alimento para a alma. Ela se sente sem forças para viver.
Sente que a vida não tem sentido e logo pensa “Nasci, cresci e envelheci para nada.”
Para a pessoa desesperançosa a idade representa somente o passar dos anos e não o despertar da sabedoria.
Essa atitude mental de inutilidade, tristeza e desesperança contribui para o que o psicólogo positivo Prof. PhD. Martin Seligman denonima de Desamparo Aprendido.
Refere-se a um tipo de comportamento impotente, em que a pessoa recebe estímulos aversivos, dolorosos ou desagradáveis, sentindo-se incapaz de evitá-los, ainda que seja possível fazê-lo.
Em resumo, Isso ocorre quando ela se vê diante de problemas insolúveis. Consequentemente, demonstra passividade, aprendizado lento, tristeza e por fim, depressão.
Assim, ela recebe a dor e sofrimento sem lutar pois tudo que faz parece que não têm efeito, nem sentido.
É o que supomos que ocorreu com Migliaccio diante do que ele escreveu em sua carta.
A Carta
O ator, ao que parece, estava em um quadro de possível depressão profunda. Assim, deixa uma missiva de despedida, antes do suicídio.
Nela ele escreve que a “humanidade não deu certo”. Fala das limitações do envelhecimento, as quais não conseguiu suportar.
De forma subliminar, a carta mostra a falta de significado, de esperança e o excesso de pessimismo em suas tristes palavras.
Segundo Seligman, pessoas deprimidas ou com impulsos suicidas se preocupam com virtude, propósito, integridade e significado. Se elas não encontram esses elementos ou não os percebem, parece que não têm mais nada.
A Solução da Depressão
Enfim, é preciso encontrarmos possíveis soluções para essas pessoas. Se elas tiram a própria vida é porque o sofrimento chegou no nível do insuportável.
Como psicóloga e pesquisadora, encontrei respostas nas intervenções positivas e psicoterapias positivas, propostas pela Psicologia Positiva.
De fato, as forças e virtudes pessoas são como um para-choque contra as desordens psicológicas e podem ser a chave para aumentar a resiliência delas
Em suas aplicações da Psicologia Positiva, Seligman relata que observou crescimento e transformação de pacientes de todas as idades quando percebem quanto são fortes. Mesmo que reconheçam que não podem mudar seu passado, ainda sentem que têm o futuro em suas mãos.
Da mesma forma, mesmo que elas percebam que não são boas em algo, compreendem que são em outras áreas.
Em muitos casos, segundo Seligman, as psicoterapias positivas são mais eficazes que medicamentos, e nos dão respostas e resultados no tratamento da depressão.
Isso porque os terapeutas positivos não aliviam simplesmente o sofrimento, e sim, ajudam a construir forças e virtudes e sentido para a vida.
Triste realidade, mas muitos não conseguem conviver com a tristeza, depressão… As possibilidades de a pessoa atentar contra a própria vida geralmente estão relacionadas a não encontrar significado para ela. Isto significa que vivem, mas sem razão para viver. O Suicídio é o ato intencional de matar a si mesmo. Sua causa mais comum é um transtorno mental e/ou psicológico que pode incluir depressão, transtorno bipolar, esquizofrenia, alcoolismo e abuso de drogas.
Parabéns Dra. Yeda pelo artigo, muito esclarecedor e de fácil entendimento.
Diante desses cenários, quando trabalhamos com a psicologia positiva podemos inspirar outras pessoas e ampará-las em momentos difíceis.